terça-feira, 23 de abril de 2019

Independência dos Estados Unidos.

O que foi a marcha para o oeste nos Estados Unidos.

Para entender o que foi a marcha para o oeste nos Estados Unidos, deve-se saber que esse processo de expansão deu-se pela posse de territórios a partir da compra e de guerra
Representação da Batalha de Buena Vista durante a Guerra Mexicano-Americana*
Representação da Batalha de Buena Vista durante a Guerra Mexicano-Americana*
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O que foi a marcha para o oeste na história dos Estados Unidos?
Durante o século XIX, aconteceu nos Estados Unidos o que ficou conhecido como “marcha para o oeste”. Esse processo consistiu, basicamente, na expansão territorial da nação, originalmente surgida das treze colônias, em direção ao oeste. Nessa expansão, os americanos ocuparam as planícies da região central do que hoje compõe os Estados Unidos e a alcançaram a costa oeste, banhada pelo Oceano Pacífico.
O aumento do território dos Estados Unidos iniciou-se logo após a vitória contra a Inglaterra, na guerra pela conquista da independência do país e pelo fim do domínio colonial inglês. Depois da assinatura do Tratado de Paris, em 1783, os ingleses reconheceram a independência de sua ex-colônia e cederam uma grande quantidade de terras a oeste das treze colônias.
Essas terras ficavam a oeste dos Montes Apalaches e, durante a colonização, haviam sido causa de tensão entre colonos e ingleses. Os colonos queriam ocupá-las, porém as autoridades inglesas não permitiram para evitar hostilidades com as nações indígenas. Com a independência, os americanos iniciaram rapidamente a ocupação dessa região.
Além dessas terras obtidas com a independência, os Estados Unidos apossaram-se de outra grande quantidade de territórios a partir da diplomacia e da compra, como também pela guerra. Primeiramente, os territórios comprados ao longo do século XIX foram:
⇒ Luisiana, comprada dos franceses em 1803;
⇒ Flórida, comprada dos espanhóis em 1819;
⇒ Alasca, comprado dos russos em 1867.
A Luisiana foi comprada dos franceses, em 1803, por causa necessidade desse país em obter fundos para dar continuidade às guerras napoleônicas, que estavam acontecendo naquele momento na Europa. Os franceses aceitaram vender a região para os americanos por 15 milhões de dólares. No caso da venda da Flórida, o enfraquecimento dos espanhóis nessa região e as turbulências que enfrentavam na Europa possibilitaram a aquisição desse território pelos americanos. Para evitar uma guerra contra os Estados Unidos, os espanhóis venderam a região por 5 milhões de dólares.
Por fim, o Alasca foi vendido pelos russos em 1867, em razão das dificuldades financeiras que a Rússia enfrentava na época e pelo temor de perder a região para os britânicos sem receber compensação, caso esse território fosse invadido. O valor fixado foi de 7,2 milhões de dólares, e a compra do Alasca, à época, foi bastante criticada por causa das condições climáticas adversas do local.
A ocupação desenfreada do oeste americano foi incentivada por uma ideologia existente nos Estados Unidos da época e pelas condições ofertadas pelo governo americano. Durante o século XIX, foi formulada uma ideologia conhecida como Destino Manifesto, que afirmava serem os Estados Unidos predestinados (escolhidos) por Deus para formar uma grande nação. Essa “vocação divina” era utilizada como pretexto para justificar as violências cometidas contra os indígenas, por exemplo.
Já o incentivo do governo americano deu-se com o Homestead Act, ou Lei do Povoamento, decretado em 1862. Essa lei, instituída durante o governo de Abraham Lincoln, ofertava lotes de terra no oeste a um preço baixíssimo para americanos interessados e exigia em troca que a terra vendida fosse habitada e cultivada durante o período mínimo de cinco anos.
A marcha para o oeste, no entanto, não aconteceu somente a partir da diplomacia e da compra de territórios. A guerra também contribuiu para a expansão territorial americana. A Guerra Mexicano-Americana, como ficou conhecida, foi um conflito entre Estados Unidos e México, iniciado pela disputa do Texas por esses dois países.
O Texas havia sido herdado pelos mexicanos dos espanhóis após a independência do país em 1821. A partir de 1823, o governo mexicano passou a aceitar a entrada de colonos americanos para colonizar e povoar essa região. No entanto, atritos entre esses colonos americanos e as autoridades mexicanas passaram a acontecer.
A não aceitação das normas mexicanas pelos colonos americanos levou-os a rebelarem-se e a declararem a independência do Texas. Esse movimento concentrou suas forças no forte de Álamo e foi derrotado pelas tropas mexicanas em 1836. A derrota desencadeou o envio de um grande exército americano ao Texas, o que forçou o México a ceder o Texas aos Estados Unidos.
Dez anos depois, um novo conflito teve início entre os dois países, dessa vez pelo controle da Califórnia. Essa guerra estendeu-se de 1846 a 1848 e resultou na derrota do México, que novamente foi obrigado a ceder terras para os Estados Unidos, como o Novo México e a Califórnia. Ao longo desses dois conflitos, o México perdeu para os americanos uma faixa considerável de seu território.
Indígenas
Os grandes perdedores de todo esse processo de expansão territorial dos Estados Unidos foram os indígenas, que perderam praticamente todas as suas terras e foram vítimas de inúmeras formas de violência, o que levou a uma diminuição populacional considerável. Ao longo do século XIX, esses povos foram obrigados diversas vezes a abandonarem suas terras para sobreviver.
Muitos estados americanos criaram leis que forçavam a remoção de indígenas para que suas terras fossem utilizadas pela agricultura. Isso levou a um evento que ficou conhecido como Trilha das Lágrimas (Trail of Tears), no qual milhares de indígenas, de diferentes povos, foram obrigados a marchar 1500 quilômetros para estabelecerem-se em um novo local definido pelo governo. Estima-se que de 10 mil a 15 mil indígenas tenham morrido durante essas marchas realizadas na década de 1830.
A expansão dos americanos pelo oeste causou ainda a destruição do estilo de vida dos indígenas, uma vez que muitos desses povos sobreviviam da caça de bisões e, para realizar essa atividade, necessitavam de uma faixa extensa de terra.
*Créditos da imagem: Everett Historical e Shutterstock

Por Irany silva
Mestre em História

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Inconfidencia mineira.

A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português.
Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial.
No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos. Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro.

Leitura da sentença dos inconfidentes, por Leopoldino Faria.

Causas

Neste  período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal” (sem  ter pagado o imposto”) sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do país. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil.

Os Inconfidentes 


Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira
O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, era formado pelos poetas Tomas Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A ideia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).

Consequências

A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.

Curiosidades

  • Na primeira noite em que a cabeça de Tiradentes foi exposta em Vila Rica, foi furtada, sendo o seu paradeiro desconhecido até aos nossos dias.
  • Tratando-se de uma condenação por inconfidência (traição à Coroa), os sinos das igrejas não poderiam tocar quando da execução. Afirma a lenda que, mesmo assim, no momento do enforcamento, o sino da igreja local soou cinco badaladas.
  • A casa de Tiradentes foi arrasada, o seu local foi salgado para que mais nada ali nascesse, e as autoridades declararam infames todos os seus descendentes.
  • Tiradentes jamais teve barba e cabelos grandes. Como alferes, o máximo permitido pelo Exército Português seria um discreto bigode. Durante o tempo que passou na prisão, Tiradentes, assim como todos os presos, tinha periodicamente os cabelos e a barba aparados, para evitar a proliferação de piolhos, e, durante a execução estava careca com a barba feita, pois o cabelo e a barba poderiam interferir na ação da corda.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Expansão napoleônica

Era Napoleônica teve como característica principal a grande expansão territorial orquestrada por Napoleão Bonaparte. Suas pretensões de conquista territorial levaram-no a chegar até o Egito, ao sul, e à Rússia, no leste, impondo preocupação e acirrando a rivalidade com vários Estados e reinos na Europa.
As primeiras vitórias militares de Napoleão ocorreram antes da tomada do poder, em 1799. Nas invasões das regiões do Norte da Itália, o militar francês conseguiu a formação de repúblicas pró-França, um prenúncio das futuras ações do Imperador. Conseguiu também territórios do Império Austríaco, na região dos Países Baixos, iniciando uma rivalidade que iria durar todo o período de sua permanência no poder do Estado francês.
Posteriormente, Napoleão tentou enfraquecer o poderio inglês com as campanhas militares no Egito, cujo objetivo principal era cortar as rotas de transporte de matérias-primas vindas da Índia, principalmente algodão, pretendendo assim impor dificuldades à produção industrial inglesa. Com esta campanha, Napoleão buscava também ampliar o poder naval da França, pois a ocupação do país naquela região ampliava a presença francesa no Mar Mediterrâneo. Para isso lutou contra o Império Turco-otomano, só não logrando êxito em decorrência do bloqueio marítimo imposto pelo Império Britânico. A rivalidade com a Inglaterra, o enfrentamento com o Império Turco-otomano e a campanha no norte da Itália levou ao surgimento de uma aliança de estados europeus contra a França, formado pela Inglaterra, Império Turco-otomano, Rússia e o reino de Nápoles.
Pouco depois, já durante o Consulado, iniciou-se a agressiva expansão contra os inimigos externos, principalmente Inglaterra, Rússia e Áustria. Neste período Napoleão conseguiu amplas vitórias no território italiano, chegando a dominar quase a totalidade da península Itálica. A partir de 1806, o general criou o Bloqueio Continental visando ao enfraquecimento da Inglaterra. Conseguiu ainda dominar os vários reinos alemães, chegando a controlar o Estado da Espanha e a tentar invadir o reino de Portugal, em 1812.A partir de 1812 começou a série de derrotas que iria levar o Império à derrocada, principalmente com a fracassada campanha na Rússia. Para as batalhas neste país, Napoleão reuniu aproximadamente 614 mil homens. A derrota foi conseguida principalmente com a tática de corte das linhas de abastecimento do exército francês, já que as fontes de suprimentos ao exército estavam distantes dos postos que foram constituídos no território russo. Napoleão conseguiu entrar em Moscou em 14 de setembro de 1812, mas com um exército debilitado e em uma cidade esvaziada e incendiada, foi extremamente difícil a permanência das tropas na capital do Império russo. A decisão tomada por Napoleão, frente à recusa de rendição do czar Alexandre I e a chegada do rigoroso inverno russo, foi bater em retirada. Entretanto, durante a volta para casa, o exército francês foi duramente atacado por tropas cossacas e de camponeses, ocorrendo um grande número de baixas no regresso.
Em 1813, Napoleão foi derrotado na Batalha das Nações, em Leipzig, na Alemanha, facilitando a tomada de Paris pelos exércitos inglês, russo, austríaco e prussiano. No ano seguinte, Napoleão foi obrigado a abdicar ao trono e se isolar na Ilha de Elba, próxima ao litoral italiano.
A derrocada final se deu na Batalha de Waterloo, em 1815, em território belga, onde o exército napoleônico enfrentou as tropas inglesas, sendo que os últimos saíram vitoriosos. Apesar de tentar reaver o trono francês, esta batalha marcaria definitivamente o fim da Era Napoleônica.Napoleão Bonaparte é comumente apontado como figura principal na consolidação das conquistas a serem defendidas pelo ideal revolucionário francês. Apesar da grandiosidade de seus feitos, não podemos deixar de levar em conta o fato de que ele se alinhava ao projeto burguês. Contudo, apesar de seu partidarismo, conseguiu agregar ao seu redor o apoio das maiorias no momento em que subjugava os exércitos inimigos e reorganizava o cenário econômico francês.

Para alcançar tantos feitos, teria que primeiramente superar os problemas que afligiam a indústria e o comércio, reorganizar o destruído setor de transportes e criar um sistema de serviço público eficiente. Por isso, criou o Banco da França, empresa estatal que deveria dar condições para que a burguesia pudesse empreender negócios e organizar o sistema financeiro nacional. Além disso, criou o franco, nova moeda que daria lugar às assignats, anteriormente criadas durante a revolução.

Durante o Consulado, promoveu transformações políticas que concentravam amplos poderes nas mãos do Poder Executivo. Nos primeiros anos de 1800, criou uma nova constituição aprovada pelo voto de mais de 3 milhões de franceses. Com isso, o Legislativo foi desmembrado em quatro assembléias distintas que primeiramente criava, depois discutia e a aprovava as leis. Por fim, o Senado teria o dever de garantir o devido cumprimento das novas regulamentações.

Esse mesmo Senado também tinha a importante tarefa de escolher três cônsules que, durante uma década, deveriam liderar o Poder Executivo. Apesar de sua aparente divisão, o consulado contava com uma figura de importância maior, o primeiro-cônsul, cargo exercido por Napoleão, que dava o direito de nomear os ministros, publicar leis e indicar membros do funcionalismo público e do Poder Judiciário. Dessa forma, percebemos a tendência hegemônica de Bonaparte nessa nova configuração.
Decidido a pacificar o cenário interno e externo, o Consulado reatou as relações com a Igreja Católica, que agora teria total liberdade na organização de seus cultos. No entanto, as decisões eclesiásticas e os bens da Igreja permaneciam subjugados ao interesse e aprovação do novo governo. Externamente, assinou, em 1802, a Paz de Amiens, documento que interrompeu provisoriamente os conflitos com as demais nações européias.

Após conseguir relativa estabilidade, Napoleão criou a mais importante realização política de todo esse período: o Código Civil Napoleônico. Por meio desse conjunto de leis, inspirado em varias diretrizes do Direito Romano, foram assegurados o direito à propriedade, a igualdade dos cidadãos perante a lei, a proibição das greves e sindicatos. A partir do Código Napoleônico, eram garantidos interesses fundamentais básicos da burguesia.

Interessado em criar um corpo de funcionários públicos capacitados, Napoleão também teve a preocupação de reformar o ensino, atrelando ao Estado a tarefa de oferecer o ensino público à população. Foram criados os liceus, colégios internos responsáveis pela formação de cidadãos que, posteriormente, fossem capazes de ocupar os altos cargos do Exército e do Estado. Paralelamente, o ensino superior também foi incentivado com a criação de faculdades de Política, Direito e Técnica Naval.

Finalmente, a França parecia abandonar as diversas dificuldades que ameaçavam a efetivação do processo revolucionário burguês. Aproveitando disso, Napoleão, que já havia sido proclamado como cônsul-vitalício, realizou um novo plebiscito junto à população. Dessa vez, a votação iria decidir se o antigo general poderia alçar à posição de imperador. Prestigiado pela decisão de seus governados, Napoleão se auto-coroa imperador na catedral de Notre-Dame, com as devidas bênçãos do papa.

Roma e suas origens.

Introdução

A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O Direito Romano está presente na cultura ocidental até os dias de hoje. De igual forma o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

Origem de Roma: explicação mitológica

Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados, posteriormente, por um casal de pastores. Quando se tornaram adultos, os gêmeos retornaram a cidade natal de Alba Longa e ganharam terras para fundar uma nova cidade, que seria Roma.

Origens de Roma: explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C. a 509 a.C.)

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Na região, desenvolveu-se uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, naquela época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.

A religião era politeísta e adotava deuses semelhantes aos dos gregos, porém, com nomes diferentes. Nas artes, destacavam-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C.)

Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. 

A criação dos tribunos da plebe estava ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida.  

Em 367 a.C., foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (era válida somente para cidadãos romanos).

Formação e Expansão do Império Romano

Após dominar toda a Península Itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e com muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Aníbal, nas Guerras Púnicas (século III a.C.). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum (Nosso Mar).

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

Principais imperadores romanos: Augusto (27 a.C. - 14 d.C.), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192).

Luta de gladiadores:
pão e circo
Pão e Circo 

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer, aos romanos, alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava se esquecendo dos problemas da vida. Assim, as chances de revolta eram diminuídas.

Cultura Romana

A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.

Os balneários romanos foram espalhados pelas grandes cidades. Eram locais muito frequentados por senadores e membros da aristocracia romana. Eles utilizavam estes espaços para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.

A língua romana era o latim, que depois de um tempo, espalhou-se pelos quatro cantos do império dando origem, na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.

A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Tratava também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

Religião Romana 

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Grande parte dos deuses romanos foi retirada do panteão grego, porém, os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características (qualidades e defeitos) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.

Principais deuses romanos: Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

Crise e decadência do Império Romano

Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.

Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares. 

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolveu dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.

Em 476, chegou ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Foi o fim da Antiguidade e início de uma nova época, chamada de Idade Média.

Legado Romano

Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos continuam presentes até os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano, técnicas de arquitetura, línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano), técnicas de artes plásticas, filosofia e literatura.

Imperador Nero sendo coroado por sua mãe, Agripina (ano 54)

















 Postado por Irani Dicaprio.