sexta-feira, 1 de abril de 2016

gamificação da educação

A inevitável gamificação da educação

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Falamos sempre sobre educação por aqui e o interesse pela gamificação nesta área é cada vez maior. E não à toa.
Professores são profissionais que ganham mal, tem poucos recursos externos para fazer o seu trabalho direito e mesmo assim fazem malabarismos para segurar a atenção dos alunos. É muita paixão, vocação e criatividade para manter o interesse dessa molecada que vive em um mundo onde o que não falta é distração. E qualquer ferramenta que ajude a engajar seus alunos e facilite seu aprendizado soa como música aos educadores mais preocupados.
Um exemplo é Amy Baskin, uma dessas educadoras e que falou no GSummit2013 sobre sua iniciativa ao lecionar gramática. Ela criou o Grammar Olympics, onde os alunos recebem um cartão com 25 desafios e ao completarem todos, recebem uma medalha de ouro. Ela mesma conta no vídeo (inglês):
Ela cita Willian Butler em sua apresentação: “Educar não é encher um balde, é provocar um incêndio.“. E com custos muito baixos, Amy teve um ótimo resultado empolgando seus alunos e os unindo em um interesse pela gramática que vai além das olimpíadas que ela criou.
Quest2Learn: gamificando a educação
Alunos na Quest to Learn
Outro exemplo é a Quest to Learn, uma iniciativa ousada até mesmo para o padrão americano. Lá não existem disciplinas tradicionais, existem 5 grandes grupos de conhecimentos que são explorados pelos alunos através de jogos e missões dadas pelos professores. Ao final de cada ciclo, os alunos passam pela fase do chefe onde precisam colocar à prova tudo o que aprenderam para passar de fase. Veja o quadro abaixo:
q2l-quadro
crédito: Época Negócios
O custo por aluno chega ser 3x mais alto do que o padrão, mas os resultados da escola estão acima da média em qualquer ângulo quando comparado às escolas tradicionais de lá. E seguem crescendo… acho que vale a pena, não?

No Brasil

Aqui no Brasil existem algumas iniciativas, mas são isoladas e ainda por cima, sofrem preconceito.
Rodrigo Ayres, o Barão do Pirapora, leciona História e Geografia em Sorocaba (SP) e em 2004 já acreditava que os jogos poderiam cativar seus alunos. O resultado foi óbvio e depois de dois prêmios em 2011 (E-games e o Games for Change 2011), em 2012 ele conquistou mais dois prêmios: Concurso Ensinar e Aprender e o Prêmio da Microsoft de Educadores Inovadores. Acha que isso facilitou sua vida? Em 2013 ele viu seu número de aulas sendo reduzidos e ninguém renovando contrato…

Algumas escolas e professores resistem diante da prática (na educação), a maioria sempre viu esse entretenimento como um dos principais elementos de alienação. Temos que ter essa sensibilidade para perceber que a tecnologia em sala de aula pode sim ser usada para atingirmos nossos objetivos pedagógicos e muito mais além, formar uma identidade cultural.
– Rodrigo Ayres

Também recentemente o Olhar Digital fez uma série de vídeos sobre a gamificação na educação, com o professor João Mattar da Anhembi Morumbi. Mas também são iniciativas isoladas ainda que encontram resistência com professores e, principalmente, com as instituições de ensino que ainda tentam adiar o inevitável. Confira o vídeo:
Mas a tendência é cada vez mais realidade e o nosso sistema de educação precisa mudar. O modo como aprendemos não pode mais ser diferente do mundo em que vivemos, isto não é mais possível. Tenho dois filhos que escolhem seus filmes no Netflix pelo iPad e os fazem ser exibidos na TV via PS3. E eu nem me lembro de ter ensinado isso… Como é que eles vão achar divertido aprender matemática com alguém cuspindo fórmulas lá na frente?
Tem uma historinha que diz que se o Isaac Newton surgisse hoje em nosso mundo ele se assustaria com todo o avanço na medicina, na tecnologia, nos transportes, viagens espaciais… o único lugar que ele ficaria à vontade e se sentiria bem, e que ainda funciona do mesmo jeito desde quando ele era vivo, seria numa sala de aula.

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