quarta-feira, 22 de maio de 2019

Movimentos sociais no Brasil

Vivemos em uma sociedade altamente diversa e dinâmica, em que uma enorme gama de diferenças coexiste diariamente. Os indivíduos que integram nossa sociedade possuem necessidades inseridas em realidades diferentes. Essas necessidades precisam ser representadas em nosso contexto político para que sejam atendidas. Todavia, como bem sabemos, não é sempre que os interesses e necessidades de determinados grupos são supridos devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir desse conflito de interesses é que os movimentos sociais tornam-se uma ferramenta de intervenção.

Os movimentos sociais são característicos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do embate político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização de indivíduos em prol de uma causa é uma característica de uma sociedade politicamente ativa. Os grupos que produzem ação em busca da representação política de seus anseios atuam de modo a produzir pressão direta ou indireta no corpo político de um Estado. Para isso, várias formas de ações coletivas são usadas, como a denúncia, as passeatas, marchas etc.

A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A força da ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força motriz por traz desses grupos.

Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à resolução de problemas sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No entanto, eles não se resumem apenas à reivindicação de direitos ou à demanda pela representação de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente construtor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou outro aspecto de uma sociedade.
Temos como exemplo o movimento Passe Livre, que busca obter a isenção ou o custeamento da passagem de transporte coletivo pelo governo, tendo como argumento ideológico a ideia de que todos os indivíduos de uma sociedade devem ter o direito de ir e vir assegurado pelo Estado. O argumento pauta-se no princípio da liberdade de deslocamento sem que esse direito seja alienado ou tenha valor monetário atribuído à ação de ir e vir. Ao estipular um custo para o deslocamento individual, retira-se esse direito daqueles que não possuem meios de pagar por seu transporte.

O sociólogo francês Alain Touraine considera que a semente dos movimentos sociais está no conflito entre classes e vontades políticas. Para ele, os conflitos sociais estão enraizados em nossa forma de governo e em nosso Estado moderno, permeado por vontades individuais e pelas desigualdades sociais. Essa desigualdade, que fere os princípios de igualdade de um Estado democrático, torna-se um agente de segregação social, cultural e econômica, fatalmente interferindo nas formas de atuação civil daqueles afligidos por tal mal.

Diante disso, os movimentos sociais tornam-se entidades de mediação, isto é, a ferramenta de maior efetividade que os grupos minoritários e desfavorecidos dispõem para buscar a garantia de seus direitos. Sua existência deve ser garantida dentro de um Estado democrático, que depende da legitimação dos cidadãos que o integram para que possa exercer sua função de governar em nome do bem-estar comum.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Formação social brasileira.

A sociologia brasileira tem muito a agradecer ao sociólogo Florestan Fernandes, que teve um papel fundamental para a sociologia crítica. Daí a necessidade de se falar sobre ele e conhecer a sua obra.
Desde sua infância Florestan enfrentou o caminho da maioria dos brasileiros, tendo que trabalhar e estudar. Em 1941, aos vinte e um anos de idade, conseguiu, com muito esforço, ingressar na Universidade de São Paulo (USP) como aluno de ciências sociais. Ao iniciar sua graduação ele sentiu muita dificuldade por causa do nível acadêmico, devido ter ingressado de um ensino público bastante precário. Mas, no decorrer do curso percebeu que a universidade também tinha sua precariedade, porque não tinha investimento em pesquisa e extensão e nem estímulo dos professores em prestar orientação, o que prejudicava o crescimento acadêmico de qualquer aluno.
Ele enfrentou tudo isso, superou as dificuldades e quando terminou a graduação seu trabalho já era original, tanto que foi convidado a atuar como professor assistente na cadeira de Sociologia da USP. Mais tarde passou a titular, mas teve que abandonar o cargo por causa do AI -5, no regime cívico/militar, que abriu todo um processo de perseguição a qualquer pessoa que trabalhasse com o pensamento crítico. Florestan estava no auge da carreira intelectual e acadêmica.
Apesar da ditadura, seu trabalho avançou devido a experiência adquirida no permanente debate sobre a ação da teoria e a prática, juntamente com as correntes de pensadores do passado e contemporâneos, que lhe serviram para elaborar novas formas de pensamentos.
Florestan defendia que para um crescimento educacional mais avançado os sociólogos teriam que sair mais das universidades e partir para a pesquisa de campo, buscando compreender a realidade social e as experiências concretas. Isso proporcionaria um grau de conhecimento mais amplo, tornando fortes as bases sociais tanto no âmbito intelectual, econômico e tecnológico, fortalecendo a universidade e as instituições.
Para Florestan o pensamento é uma contribuição teórica permeada por uma reflexão crítica na qual o sociólogo sempre tem que fazer análises e sínteses baseado na conjuntura. Por esse motivo o cientista social tem que estar sempre atento às mudanças, sejam elas culturais ou econômicas. Segundo Florestan, “o cientista social reproduz a imagem da sociedade em que vive”.
A sociologia brasileira tem seu método investigativo devido à introdução crítica de Florestan Fernandes porque, para ele, um “pesquisador social pode ver muito e identificar pouco, e tendo idéias rígidas acaba vendo apenas os fatos que confirmam as suas concepções”.  Já um cientista social com um bom conhecimento teórico e empírico pode ver muitos fatores e criar métodos de investigação na aplicabilidade das ciências socais, propondo transformações com elementos necessários para uma visão crítica, ampliando o conhecimento baseado na realidade social em que vive. 
Observando a sociologia brasileira ele compreendeu que era necessário tirar o homem das trevas do obscurantismo, da ignorância, jogar luzes naqueles que estavam sem a compreensão concreta da sociedade, sufocados pelo poder dominante e pelo sistema tecnológico opressor que comanda o mundo. Para realizar essa tarefa, dizia, era necessário “um espírito íntegro, imaginativo e criador... [alguém capaz de] compreender que a sociologia não pode medrar a ciência repelida como forma de explicação das coisas, do homem e da vida; e que a ciência só pode expandir-se, efetivamente, entre os povos cuja civilização liberte a inteligência e a consciência do jugo do obscurantismo”.
Florestan alertava que o sociólogo não pode fugir da realidade, dos fatos concretos, e tem como obrigação perante a sociedade em expandir o trabalho científico com alta qualidade, seja para trabalhar com pesquisa ou em ocupações de teor técnico. Para podermos avançar na compreensão do que é nosso próprio país precisamos dar esse passo radical, levar os alunos ao conhecimento fazendo com que eles entendam que é a ciência, em conjunto com a racionalidade teórica e prática, alicerçado em áreas específicas como a antropologia, sociologia, economia, psicologia, filosofia, geografia, etc.. , que garante o conhecimento. Só assim, estaremos avançando intelectualmente e contribuindo para a construção de um país soberano. 
Essas são só algumas notas sobre esse importante pensador que trouxe uniu a sociologia á ciência. Florestan Fernandes é um intelectual grandioso que merece muito mais estudo e divulgação. 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Estado islâmico

Estado Islâmico: entenda a origem do grupo


Como surgiu

Também conhecido como Isis, sigla em inglês para Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano extremista fundado em outubro de 2004 a partir do braço da Al Qaeda no Iraque. É formado por sunitas, o maior ramo do islamismo. Entre os países muçulmanos, os sunitas são minoria apenas entre as populações do Iraque e do Irã, compostas majoritariamente por xiitas. Em janeiro de 2014, o Estado Islâmico declarou que o território sob seu controle passaria a ser um califado, a forma islâmica de governo.
Os sunitas radicais do EI consideram que os xiitas são infiéis e devem ser mortos. Aos cristãos, os extremistas dão três opções: a conversão, o pagamento de uma taxa religiosa ou a pena de morte. No Iraque, o EI tenta se aproveitar da situação conflituosa entre curdos, árabes sunitas, cristãos e xiitas, que atualmente governam o país, para ampliar sua área de controle. Lá, tem a simpatia dos iraquianos sunitas, que estiveram no poder durante as décadas de governo Saddam Hussein, perseguindo a maioria xiita. Atualmente, os sunitas são perseguidos pelo governo xiita. Na Síria, o EI também tem a simpatia de parte dos rebeldes que lutam contra o governo de Bashar Al Assad.
etnias islamicas“Eles não reconhecem a legitimidade dos Estados que foram implementados no Oriente Médio, a partir dos interesses ocidentais, e então, simbolicamente, por exemplo, queimam os passaportes, as identidades nacionais. Eles querem criar uma identidade árabe, mas com base numa sustentação sunita do Islã”, explica o professor da Universidade de Brasília (UnB) Pio Penna, diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (Ibri).
Segundo Penna, a desestabilização do governo xiita no Iraque, que não soube se articular com os sunitas, outro ramo do islamismo, e com os curdos, etnia que vive no Norte do país, foi o cenário propício para a expansão do Estado Islâmico. “O governo xiita não soube fazer uma composição adequada e sua legitimidade foi erodida. O Estado Islâmico foi explorando essas brechas, principalmente na região Norte do país”, disse. Para o professor, os Estados Unidos não conseguiram cumprir a promessa de levar democracia ao Iraque após a invasão de 2003, que resultou na queda de Saddam Hussein, e o Estado iraquiano foi se “esfacelando”.
“O nome inicial era Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que é a região da Síria. Eles ganharam tanta confiança que mudaram o nome para Estado Islâmico, tirando a dimensão regional. A noção do califado é voltar ao império árabe muçulmano”, diz Penna.
Grandes potências, como os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e a França, elevaram suas preocupações e anunciaram a ampliação do apoio, com efetivos militares e armas, à resistência contra o EI – composta por curdos e xiitas, no Iraque.
Desde 8 de agosto de 2014, o governo norte-americano realiza ataques aéreos a alvos do Estado Islâmico, em apoio às forças curdas.

Ataques

O grupo extremista admitiu ter provocado a queda do avião russo, no dia 31 de outubro, no Sinai, no Egito, provocando a morte de 224 pessoas.
O Estado Islâmico também assumiu os atentados terroristas realizados em Paris, no dia 13 de novembro, que causaram 129 mortos e 352 feridos. Os ataques terroristas ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o estádio nacional, onde acontecia um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
O presidente da França, François Hollande, qualificou os ataques como um “ato de guerra” cometido por "um exército terrorista" contra a França. Para o Estado Islâmico, os ataques de Paris foram uma resposta aos “bombardeios dos muçulmanos na terra do califado”.
A França participa na coalizão internacional que realiza ataques aéreos contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Após os ataques, a França decretou estado de emergência e ordenou a “intensificação” dos ataques contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
No dia 19 de novembro, a França propôs ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma resolução com "todas as medidas necessárias" para combater o Estado Islâmico.
O texto apela à comunidade internacional para que "redobre os seus esforços e a coordenação dos mesmos" no sentido de prevenir e impedir os atos terroristas cometidos pelo Estado Islâmico e por outras organizações terroristas associadas à Al Qaeda.

Financiamento

Embora ainda não haja comprovação, as suspeitas indicam que boa parte dos recursos que financiam o grupo vêm de doadores privados de países do Golfo Pérsico. Apesar do apoio de combatentes de várias nacionalidades, o extremismo e a crueldade com que o Estado Islâmico atua são vistos como ameaça pelos sunitas moderados, que detêm o poder político em outros países da região, como Jordânia, Arábia Saudita e Turquia.
Para o presidente russo, Vladimir Putin, pelo menos 40 países financiam o grupo, entre eles alguns membros do G20. “O financiamento, como sabemos, provém de 40 países entre eles vários países de G20”, disse Putin numa entrevista à imprensa, durante o encontro das 20 maiores potências mundiais, referindo-se ao tráfico de petróleo que financia o grupo.

Militantes

A maior parte dos militantes do Estado Islâmico vem de nações árabes, entre elas, a Arábia Saudita, o Marrocos e a Tunísia. Estima-se que cerca de 3 mil cidadãos de países ocidentais também estejam entre os combatentes. Alguns levantamentos indicam que as nacionalidades dos voluntários do EI chegam a mais de 80.
Por .Irany santos

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Império Bizantino

Ouça este conteúdo0:0010:33
Mapa mostra a extensão do Império Bizantino no ano 1025. Ilustração: Cplakidas / Wikimedia Commons / CC-BY 3.0
Durante um longo período o Império Romano agonizou. Invasões bárbaras, saques e má gestão levaram o Império ao colapso. Por outro lado, é neste período também que, na tentativa de minimizar os efeitos da crise e manter o Império, propõe-se a separação do Império em dois: o do Oriente e o do Ocidente. É este contexto que se dá início ao processo de declínio do Império Romano, que se desintegrou em 476, marcando não apenas o fim do Império do Romano do Ocidente, mas também o período histórico que chamamos costumeiramente de Idade Antiga. No entanto, o Império Romano do Oriente sobreviveu (atualmente chamado de Império Bizantino), até o ano de 1453, ano de sua queda. O período situado entre a queda do Império Romano do Ocidente e a queda do Império Romano do Oriente é o que conhecemos por Idade Média. Foi também neste período que ocorreu uma difusão e maior adesão ao cristianismo, inicialmente entre os componentes das classes mais pobres da população, mas chegando também às elites romanas.

A palavra medieval carrega consigo um conjunto de representações e estereótipos negativos, usualmente associando o período a uma “idade das trevas”. O termo idade média também pode passar uma interpretação equivocada, parecendo ser o período localizado no meio de acontecimentos importantes. Como se pode perceber, a história da Idade Medieval está diretamente relacionada ao Império Romano e seu declínio, no ocidente e no oriente. O intervalo de tempo entre os dois acontecimentos, de 476 a 1453, também é bastante significativo: são mil anos de experiências partilhadas entre homens e mulheres comuns. Não é possível, portanto, negligenciar os estereotipar este período da História da humanidade. Essa visão que temos sobre a divisão dos períodos da história faz parte de uma visão clássica sobre a própria constituição da história, fomentada pelos estudiosos europeus. Muitas vezes, e em muitos casos, essas divisões temporais fazem pouco sentido em outros países, como o Brasil.
Estátua do Imperador Constantino I, o primeiro imperador bizantino. Foto: Angelina Dimitrova / Shutterstock.com
A cidade repleta de edificações majestosas, como a Basílica de Santa Sofia, era cercada por uma muralha dupla que desempenhava muito bem o papel de proteção para aqueles que ali viviam. O cristianismo ali teve grande aceitação, e a cidade foi palco de atrações religiosas, como as relíquias que os cristãos da época acreditavam ter pertencido aos protagonistas da religião, tais como o sangue sagrado, os cravos da coroa de cristo e até mesmo as suas sandálias estavam na cidade para a apreciação dos devotos.

História da China

história da China é complicada e densa. Trata-se de uma cultura milenar que já vivenciou centenas de acontecimentos. É preciso emendar a tudo isso a questão territorial, visto que a China é um império de enormes dimensões (onde estão englobados diversos povos e civilizações).
China, em seu idioma nativo, significa literalmente Tien Hia (aquilo que está sob o céu). Curioso é o fato do povo chinês contar sua história em ciclos de 60 anos, uma vez que o povo ocidental tem por hábito narrar seus fatos históricos utilizando séculos ou décadas. Na verdade, estes ciclos chineses correspondem aos ciclos de 12 anos (signos do zodíaco chinês) multiplicados pelos 5 elementos. Na China já foram encontradas evidências de vida datadas de 250.000 anos aproximadamente e as primeiras referências históricas são muito antigas. Isto tem sido confirmado pela grande quantidade de restos arqueológicos e vestígios encontrados nas últimas décadas. Por sua vez, tais restos demonstraram a presença de antigos palácios, tumbas de príncipes, reis e imperadores.
As dinastias são um dos elementos mais importantes na estrutura histórica deste país que estendeu, de maneira notável, sua influência e poder. A primeira dinastia conhecida foi a Xia, que chegou a governar a China desde o século XXI ao século XVI a.C. Existiu, também, uma dinastia chamada Han (associada à evolução da linguagem chinesa e ao seu sistema de escrita baseado nos caracteres), que promoveu o pensamento de Confúcio e começaram, dessa forma, a aparecer os primeiros funcionários que administraram a China durante séculos. O papel foi inventado na China e muito contribuiu para a educação. As dinastias marcaram fortes períodos de sua história, algumas ficaram conhecidas por incrementar a economia, outras por instaurar períodos de maior repressão.Durante muito tempo, o norte da China esteve dominado pelos bárbaros. O sul tinha ficado bem dividido em diversas regiões. Um general do exército Qin Shi Huang Di, primeiro imperador chinês (desde 247 até 221 a.C.), conseguiu iniciar o processo de reunificação do país, depois de muitas lutas sangrentas e conflitos políticos da época. Nos anos que se seguiram, seus filhos continuaram a reunificar o que, hoje, conhecemos como China.
rota da seda foi criada, pois a seda chinesa foi um dos materiais mais apreciados e comprados no mundo todo.
A tendência a acreditar nas coisas metafísicas é tão antiga quanto a história do país. Assim, os chineses entendiam os desastres naturais como um sinal divino, aliás, alguns imperadores e governantes decidiam alterar suas políticas e decisões quando acontecia um terremoto ou alguma catástrofe qualquer, pois encaravam tais fatos como uma advertência das “esferas superiores”.
A China foi um país rico durante muito tempo, tinha a seu dispor portos e mercados muito importantes que, além de tudo, eram estratégicos para o desenvolvimento de todo o continente asiático, incluindo os países vizinhos.
Arquivado em: ChinaHistória.Postado por Irany Dicaprio.