A sociologia brasileira tem muito a agradecer ao sociólogo Florestan Fernandes, que teve um papel fundamental para a sociologia crítica. Daí a necessidade de se falar sobre ele e conhecer a sua obra.
Desde sua infância Florestan enfrentou o caminho da maioria dos brasileiros, tendo que trabalhar e estudar. Em 1941, aos vinte e um anos de idade, conseguiu, com muito esforço, ingressar na Universidade de São Paulo (USP) como aluno de ciências sociais. Ao iniciar sua graduação ele sentiu muita dificuldade por causa do nível acadêmico, devido ter ingressado de um ensino público bastante precário. Mas, no decorrer do curso percebeu que a universidade também tinha sua precariedade, porque não tinha investimento em pesquisa e extensão e nem estímulo dos professores em prestar orientação, o que prejudicava o crescimento acadêmico de qualquer aluno.
Ele enfrentou tudo isso, superou as dificuldades e quando terminou a graduação seu trabalho já era original, tanto que foi convidado a atuar como professor assistente na cadeira de Sociologia da USP. Mais tarde passou a titular, mas teve que abandonar o cargo por causa do AI -5, no regime cívico/militar, que abriu todo um processo de perseguição a qualquer pessoa que trabalhasse com o pensamento crítico. Florestan estava no auge da carreira intelectual e acadêmica.
Apesar da ditadura, seu trabalho avançou devido a experiência adquirida no permanente debate sobre a ação da teoria e a prática, juntamente com as correntes de pensadores do passado e contemporâneos, que lhe serviram para elaborar novas formas de pensamentos.
Florestan defendia que para um crescimento educacional mais avançado os sociólogos teriam que sair mais das universidades e partir para a pesquisa de campo, buscando compreender a realidade social e as experiências concretas. Isso proporcionaria um grau de conhecimento mais amplo, tornando fortes as bases sociais tanto no âmbito intelectual, econômico e tecnológico, fortalecendo a universidade e as instituições.
Para Florestan o pensamento é uma contribuição teórica permeada por uma reflexão crítica na qual o sociólogo sempre tem que fazer análises e sínteses baseado na conjuntura. Por esse motivo o cientista social tem que estar sempre atento às mudanças, sejam elas culturais ou econômicas. Segundo Florestan, “o cientista social reproduz a imagem da sociedade em que vive”.
Para Florestan o pensamento é uma contribuição teórica permeada por uma reflexão crítica na qual o sociólogo sempre tem que fazer análises e sínteses baseado na conjuntura. Por esse motivo o cientista social tem que estar sempre atento às mudanças, sejam elas culturais ou econômicas. Segundo Florestan, “o cientista social reproduz a imagem da sociedade em que vive”.
A sociologia brasileira tem seu método investigativo devido à introdução crítica de Florestan Fernandes porque, para ele, um “pesquisador social pode ver muito e identificar pouco, e tendo idéias rígidas acaba vendo apenas os fatos que confirmam as suas concepções”. Já um cientista social com um bom conhecimento teórico e empírico pode ver muitos fatores e criar métodos de investigação na aplicabilidade das ciências socais, propondo transformações com elementos necessários para uma visão crítica, ampliando o conhecimento baseado na realidade social em que vive.
Observando a sociologia brasileira ele compreendeu que era necessário tirar o homem das trevas do obscurantismo, da ignorância, jogar luzes naqueles que estavam sem a compreensão concreta da sociedade, sufocados pelo poder dominante e pelo sistema tecnológico opressor que comanda o mundo. Para realizar essa tarefa, dizia, era necessário “um espírito íntegro, imaginativo e criador... [alguém capaz de] compreender que a sociologia não pode medrar a ciência repelida como forma de explicação das coisas, do homem e da vida; e que a ciência só pode expandir-se, efetivamente, entre os povos cuja civilização liberte a inteligência e a consciência do jugo do obscurantismo”.
Florestan alertava que o sociólogo não pode fugir da realidade, dos fatos concretos, e tem como obrigação perante a sociedade em expandir o trabalho científico com alta qualidade, seja para trabalhar com pesquisa ou em ocupações de teor técnico. Para podermos avançar na compreensão do que é nosso próprio país precisamos dar esse passo radical, levar os alunos ao conhecimento fazendo com que eles entendam que é a ciência, em conjunto com a racionalidade teórica e prática, alicerçado em áreas específicas como a antropologia, sociologia, economia, psicologia, filosofia, geografia, etc.. , que garante o conhecimento. Só assim, estaremos avançando intelectualmente e contribuindo para a construção de um país soberano.
Essas são só algumas notas sobre esse importante pensador que trouxe uniu a sociologia á ciência. Florestan Fernandes é um intelectual grandioso que merece muito mais estudo e divulgação.
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