domingo, 23 de abril de 2017

Primeiro reinado

Primeiro Reinado

A História do Primeiro Reinado, resumo, Constituição de 1824, Guerra da Cisplatina, Confederação do Equador, crise do Primeiro Reinado e abdicação de D.Pedro I

D.Pedro I: imperador do Brasil durante o Primeiro Reinado
D.Pedro I: imperador do Brasil durante o Primeiro Reinado

Introdução

O Primeiro Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro I. Tem início em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I.

O governo de D. Pedro I enfrentou muitas dificuldades para consolidar a independência, pois no Primeiro Reinado ocorrem muitas revoltas regionais, oposições políticas internas.

Reações ao processo de Independência

Em algumas províncias do Norte e Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais.

Constituição de 1824

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição brasileira, os políticos tentaram limitar os poderes do imperador. Foi uma reação política a forma autoritária de governar do imperador. Neste mesmo ano, o imperador, insatisfeito com a Assembleia Constituinte, ordenou que as forças armadas fechassem a Assembleia. Alguns deputados foram presos.

D.Pedro I escolheu dez pessoas de sua confiança para elaborar a nova Constituição. Esta foi outorgada em 25 de março de 1824 e apresentou todos os interesses autoritários do imperador. Além de definir os três poderes (legislativo, executivo e judiciário), criou o poder Moderador, exclusivo do imperador, que lhe concedia diversos poderes políticos.

A Constituição de 1824 também definiu leis para o processo eleitoral no país. De acordo com ela, só poderiam votar os grandes proprietários de terras, do sexo masculino e com mais de 25 anos. Para ser candidato também era necessário comprovar alta renda (400.000 réis por ano para deputado federal e 800.000 réis para senador).

Guerra da Cisplatina

Este foi outro fato que contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

Confederação do Equador

As províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em 1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.

Em 1824, Manuel de Carvalho Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao governo imperial. 

O governo central reagiu rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só aumentou.




Bandeira do Brasil no Primeiro Reinado





Desgaste e crise do governo de D.Pedro I

Nove anos após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo imperial.

Outro fato que pesou contra o imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados ao governo imperial.

Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.

Abdicação

Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para se manter no poder.

Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para a Europa.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Período joanino

O Período Joanino


A Fuga da Família Real para o Brasil 

O Período Joanino (1808-1821)
Depois de governar cinco anos como cônsul, Napoleão Bonaparte foi coroado imperador da França em 1804. Conquistando grande parte da Europa continental, não conseguiu, contudo, submeter a Inglaterra.
Em 1806, o imperador francês Napoleão Bonaparte assinou em Berlim o decreto do Bloqueio Continental, que proibia, a todos os países do continente europeu, fazer comércio com a Grã-Bretanha (comumente chamada de Inglaterra, embora esta última não corresponda à totalidade do território britânico). O fato de Napoleão ter determinado essa medida em plena capital da Prússia – e não em Paris – nos dá conta da hegemonia que ele alcançara sobre as demais monarquias da Europa.
Incapaz de derrotar a inimiga Inglaterra no mar, devido à inferioridade naval francesa, o imperador pretendia debilitá-la economicamente, forçando o governo de Londres a um entendimento com a França.
Na ocasião, a Inglaterra era o único país do mundo que já se encontrava em plena Revolução Industrial. Como na França esse processo ainda era incipiente, seria impossível preencher o vácuo criado pela falta de produtos britânicos. Estes, portanto, continuaram a entrar na Europa Continental, por meio de contrabando. Na verdade, o Bloqueio Continental prejudicou mais os países que o praticaram do que aquele contra o qual ele fora planejado. A Holanda recusou-se a acatar as determinações de Napoleão, que mandou invadi-la e impôs seu irmão, Luís Bonaparte, como rei dos holandeses.
O Bloqueio Continental deixou Portugal em uma situação delicada. Desde 1641, ou seja, logo após o final da União Ibérica (1580-1640), o país caíra sob a dominação da Inglaterra. Essa relação se consolidará ao longo dos anos, notadamente após a assinatura do Tratado de Methuen (ou dos Panos e Vinhos, 1703), e foram inúteis os esforços do ministro Marquês de Pombal (1750-77) para alterá-la.
Em 1792, a rainha D. Maria I, atingida por irremediável doença mental, fora afastada da chefia do Estado. Em seu lugar, assumiu o governo, na qualidade de regente, o príncipe-herdeiro D. João (futuro D. João VI).
Se por um lado Portugal não podia afrontar Napoleão, dada sua vulnerabilidade a um ataque francês (na ocasião, a França era aliada da Espanha, por cujo território as tropas francesas necessariamente teriam de passar), por outro também não podia simplesmente romper com a Inglaterra. Aliás, a indiscutível supremacia marítima britânica inviabilizaria as comunicações entre Portugal e Brasil – principal colônia lusitana, de cuja exploração dependia a própria sobrevivência econômica de Portugal.
Em agosto de 1807, o governo francês enviou um ultimato a Portugal: ou aderia ao Bloqueio Continental, ou teria seu território invadido. Diante da negativa de D. João, os embaixadores da França e Espanha retiraram-se de Lisboa em 1º de outubro, como prenúncio da invasão.
Nessa situação crítica para o governo português, a Grã-Bretanha interveio por meio de seu embaixador em Portugal, lorde Strangford: o governo britânico oferecia proteção naval para que não só a Família Real, mas toda a Corte Portuguesa (isto é, os nobres que conviviam com a Família Real e seus servidores) e os funcionários do governo se transferissem para o Brasil. Em contrapartida, Portugal se comprometia – mediante um acordo firmado secretamente – a ceder temporariamente a estratégica Ilha da Madeira aos britânicos e a permitir o comércio direto entre a Grã-Bretanha e o Brasil.
Em 27 de outubro de 1807, França e Espanha assinaram o Tratado de Fontainebleau, que destronava a Dinastia de Bragança, reinante em Portugal desde a Restauração de 1640. O território português seria dividido em três partes, a maior das quais caberia pessoalmente a Napoleão.
Em 19 de novembro, o general francês Junot penetrou com suas tropas em Portugal, avançando rapidamente para o sul, em direção a Lisboa. Três dias antes, uma frota britânica ancorava no Rio Tejo, colocando-se à disposição do príncipe D. João para trasladá-lo ao Brasil.
O que se seguiu foi um grotesco quadro de atropelo, confusão e desespero, agravado pelas notícias da célere aproximação dos franceses. Ao todo, mais de 10 000 pessoas apinharam-se a bordo de 16 navios de guerra e 20 de transporte – todos portugueses. A frota britânica do almirante Sidney Smith dava-lhes cobertura.
Foram embarcados os arquivos dos ministérios, móveis e pratarias, bem como uma enorme soma de dinheiro, equivalente à metade das moedas que circulavam em Portugal. Parte da guarnição militar de Lisboa também foi para bordo com seu armamento. Em suma: O ESTADO METROPOLITANO PORTUGUÊS TRANSFERIU-SE PARA SUA COLÔNIA BRASILEIRA! Essa completa subversão das regras do pacto colonial traria enormes benefícios para o Brasil.
No dia 29 de novembro de 1807, a frota anglo-portuguesa levantou âncoras. Menos de 24 horas depois, à frente de seus soldados esfalfados, Junot entrava em Lisboa.

O Governo Joanino no Brasil

A transferência do Estado Português para o Brasil foi fundamental para que nosso país pudesse encaminhar seu processo de emancipação política. O primeiro passo nesse sentido foi dado poucos dias após o desembarque de D. João na Bahia (de onde depois se transferiria para o Rio de Janeiro). Trata-se do decreto (na época denominado carta-régia) de abertura dos portos brasileiros “a todas as nações amigas” – que na ocasião se resumiam à Inglaterra, já que até os Estados Unidos mantinham relações preferenciais com a França Napoleônica.
É verdade que pouco depois, pelos Tratados de 1810, o governo português concedeu ao comércio e aos cidadãos britânicos condições privilegiadas para atuar no Brasil. Mas outra não poderia ser a atitude lusitana, tendo em vista a fragilidade da posição de Portugal em face de seu poderoso aliado.
Durante o tempo em que permaneceu no Brasil, D. João, assessorado por ministros capazes, tomou numerosas iniciativas importantes, que deram ao Brasil um certo arcabouço administrativo e cultural. No plano econômico, foi revogado o alvará de D. Maria I que proibia a instalação de indústrias no Brasil; ainda no econômico, criaram-se a Casa da Moeda e o Banco do Brasil; no militar, fundaram-se as Academias Militar e Naval e foi implantada uma fábrica de munições; no cultural, surgiram a Imprensa Régia, a Biblioteca Real, o Real Teatro de S. João, o Jardim Botânico e as Escolas de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, além de se contratar a vinda, após a queda de Napoleão, de uma importante Missão Artística Francesa.
O coroamento de todas essas realizações deu-se em 1815, quando foi instituído o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves ( este último território corresponde ao extremo sul de Portugal). Com isso, o Brasil deixava de ser uma colônia, equiparava-se a Portugal e – mais que isso – tornava-se a sede legalizada do Reino Lusitano.
De um modo geral, a aristocracia rural brasileira aceitou de bom grado a administração joanina. Tal avaliação, porém, não se aplica a Pernambuco, onde o antilusitanismo sempre foi muito forte e havia uma intensa atuação da Maçonaria (uma organização secreta, ideologicamente liberal, e, portanto, oposta ao absolutismo de D. João). Acrescentem-se a esse quadro o aumento de impostos (para sustentar a Corte Portuguesa no Brasil) e a crise nas exportações do açúcar (devido ao consumo do açúcar de beterraba na Europa), e teremos os elementos detonadores da Revolução Pernambucana de 1817. Esta foi duramente reprimida, mas alguns de seus líderes não chegaram a ser executados, graças a um ato de clemência de D. João.
No plano sul-americano, o governo joanino empreendeu duas ações militares. A primeira, como uma retaliação à invasão napoleônica de Portugal, foi a ocupação da Guiana Francesa por tropas portuguesas transportadas em navios britânicos; todavia, com a queda do imperador francês, o território foi restituído ao novo rei, Luís XVIII.
Já a segunda ação militar teve maior importância. Aproveitando a ebulição emancipacionista que agitava a Bacia Platina, D. João determinou a invasão da chamada Banda Oriental (atual Uruguai), que integrava o Vice-Reino do Prata. O líder emancipacionista Artigas foi batido pelas forças luso-brasileiras e a região, com o nome de Província Cisplatina, viu-se incorporada ao Brasil, de quem só se libertaria em 1828.

Regresso de D. João a Portugal

Se no geral o governo de D. João VI (rei a partir de 1816, quando do falecimento de D. Maria I) foi benéfico para o Brasil, em Portugal ele gerou fortes ressentimentos – sobretudo entre a burguesia, que desde 1808 perdera o lucrativo monopólio do comércio com o Brasil.
Além da crise econômica, Portugal sofrera com as invasões francesas (ao todo, foram três) e com as lutas travadas principalmente por tropas britânicas para repeli-las. Adicionalmente, havia um sentimento de humilhação diante da Inversão Brasileira, que colocara o Brasil no topo do Reino Unido, tanto em termos administrativos como econômicos. Napoleão caíra definitivamente em 1815; mas D. João recusava-se a voltar para Portugal, o que abria a perspectiva de o Rio de Janeiro se tornar a capital permanente da Monarquia Lusa.
Desde fins do século XVIII, as idéias liberais (isto é, antiabsolutistas) vinham penetrando em Portugal. Essa ideologia ganhou maior espaço durante a ausência da Família Real, já que tanto ingleses como franceses – cujas tropas disputavam o território português – representavam tendências contrárias ao Antigo Regime ainda vigente em Portugal: os britânicos, pelo fato de adotarem a monarquia parlamentarista; os franceses, porque ainda personificavam o ímpeto de sua Revolução, se bem que transmudado no centralismo napoleônico.
Após a expulsão dos invasores franceses, Portugal passou a ser administrado por um general inglês, Beresford. D. João foi constrangido a nomeá-lo lugar-tenente (isto é, substituto imediato) do rei para o território português. Na prática, porém, Beresford atuava como administrador absoluto, subordinado apenas formalmente à autoridade real. Uma humilhação a mais para os portugueses. 
Em 24 de agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford, que viajara para o Rio de Janeiro, irrompeu na cidade do Porto uma revolução liberal, conduzida pela burguesia mas com forte participação popular. O movimento ganhou rapidamente o país e uma Junta Provisória de governo convocou eleições para uma Assembléia Constituinte que poria fim ao absolutismo.
No Brasil, as novas sobre a Revolução do Porto tiveram boa aceitação, tanto entre a aristocracia rural como entre os comerciantes portugueses aqui radicados. D. João VI, confrontado com uma grande manifestação popular, jurou respeitar a Constituição que iria ser feita em Portugal; aceitou ainda que as províncias brasileiras passassem a ser administradas por Juntas Provisórias formadas por figuras locais preeminentes, enquanto não se promulgava uma Constituição para o Reino Unido.
Em janeiro de 1821, a Assembléia Constituinte foi instalada em Lisboa, com o nome de Cortes (denominação de assembléias que se reuniam em Portugal e Espanha desde a Idade Média; não confundir com a Corte Portuguesa, que se encontrava no Rio de Janeiro). Deputados brasileiros foram enviados para participar dos debates. 
Mas as Cortes de Lisboa tinham uma posição ambígua: eram indiscutivelmente liberais em relação a Portugal; mas na atitude para com o Brasil eram reacionárias, pois tinham o projeto de recolonizá-lo, mediante a supressão do Reino Unido declarado em 1815. Para executar esse projeto, porém, era necessário primeiro que o governo português se reinstalasse em Portugal.
Como D. João VI não era mais absoluto e as Cortes representavam a máxima autoridade política do Reino Unido, não foi difícil pressioná-lo para voltar. Assim, em 24 de abril de 1821, o monarca embarcou com sua família para Lisboa. Deixou no Rio de Janeiro, porém, com o título de príncipe-regente, seu filho e herdeiro D. Pedro, com 24 anos. E, ao se despedir, deu-lhe o célebre conselho: “Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, toma a coroa para ti, antes que algum aventureiro lance mão dela.”
Em 7 de setembro seguinte, com o grito do Ipiranga, o príncipe atendeu à recomendação do pai. 
O quadro de Debret retrata o embarque da Família Real de volta a Portugal em abril de 1821.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Roma

Roma Antiga (Monarquia, República e Império)

A herança cultural deixada pelos romanos contribuiu para transformá-los no mais importante e influente povo da civilização ocidental.
Alguns fatores contribuíram para a ocupação da região:
- os aspectos físicos (Roma está localizada na Península Itálica)
- o solo fértil (facilitava a produção de alimentos)
- ausência de bons portos (isolando relativamente a região)
A Roma Antiga conheceu 3 formas de governo: Monarquia, República e Império.
MONARQUIA
A forma de governo adotada em Roma até o século VI a.C. foi a Monarquia. Os romanos acreditavam que o rei tinha origem divina.
Esse período foi marcado pela invasão de outros povos (etruscos) que durante cerca de 100 anos, dominaram a cidade, impondo-lhe seus reis. Em 509 a.C., os romanos derrubaram o rei etrusco (Tarquínio - o Soberbo), e fundaram uma República. No lugar do rei, elegeram dois magistrados para governar.
REPÚBLICA 
No início da República, a sociedade romana estava dividida em 4 classes: PatríciosClientesPlebeusEscravos.
A decadência política, social e econômica, fez com que a plebe entrasse em conflito com os patrícios, essa luta durou cerca de 200 anos. Apesar disso, os romanos conseguiram conquistar quase toda a Península Itálica e logo em seguida partiram para o Mediterrâneo.
Lutaram mais de 100 anos contra Cartago nas chamadas Guerras Púnicas e em seguida, ocuparam a Península Ibérica (conquista que levou mais de 200 anos), Gália e o Mediterrâneo Oriental.
Os territórios ocupados foram transformados em províncias. Essas províncias pagavam impostos ao governo de Roma (em sinal de submissão).
As conquistas transformaram exército romano em um grupo imbatível.
A comunidade militar era formada por:
- Cidadãos de Roma, dos territórios, das colônias e das tribos latinas que também tinham cidadania romana
- Comunidades cujos membros não possuíam cidadania romana completa (não podiam votar nem ser votados)
- Aliados autônomos (faziam tratados de aliança com Roma)
Além do exército, as estradas construídas por toda a península itálica também contribuíram para explicar as conquistas romanas.
Os romanos desenvolveram armas e aperfeiçoaram também a técnica de montar acampamentos e construir fortificações.
A disciplina militar era severa e a punição consistia em espancamentos e decapitações. Os soldados vencedores recebiam prêmios e honrarias e o general era homenageado, enquanto que os perdedores eram decapitados nas prisões.
As sucessivas conquistas provocaram, em Roma, grandes transformações sociais, econômicas e políticas.
No plano social, o desemprego aumentou por causa do aproveitamento dos prisioneiros de guerra como escravos. A mão-de-obra escrava provocou a concentração das terras nas mãos da aristocracia(provocando a ruína dos pequenos proprietários de terras que foram forçados a migrar para as cidades).
Na economia, surgiu uma nova camada de comerciantes e militares (homens novos ou cavaleiros) que enriqueceram com as novas atividades surgidas com as conquistas (cobrança de impostos, fornecimento de alimentos para o exército, construção de pontes e estradas, etc).
Além disso, sociedade romana também sofreu forte influência da cultura grega e helenística:
- A alimentação ganhou requintes orientais
- A roupa ganhou enfeites
- Homens e mulheres começaram a usar cosméticos
- Influência da religião grega
- Escravos vindos do oriente introduziram suas crenças e práticas religiosas
- Influência grega na arte e na arquitetura
- Escravos gregos eram chamados de pedagogos, pois ensinavam para as famílias ricas a língua e a literatura grega
Essas influências geraram graves conseqüências sobre a moral: multiplicou-se a desunião entre casais e as famílias ricas evitavam ter muitos filhos.
Tais transformações foram exploradas pelos grupos que lutavam pelo poder e esse fato desencadeou uma série de lutas políticas. A sociedade romana dividiu-se em dois partidos: o partido popular (formado pelos homens novos e desempregados) e o partido aristocrático (formado pelos grandes proprietários rurais). Essas lutas caracterizaram a fase de decadência da República Romana.
IMPÉRIO
Dois nomes sobressaíram durante o Império RomanoJulio César e Augusto.
Após vários conflitos, Julio César tornou-se ditador (com o apoio do Senado) e apoiado pelo exército e pela plebe urbana, começou a acumular títulos concedidos pelo Senado. Tornou-se Pontífice Máximo e passou a ser: Ditador Perpétuo (podia reformar a Constituição), Censor vitalício (podia escolher senadores) e Cônsul Vitalício, além de comandar o exército em Roma e nas províncias.
Tantos poderes lhe davam vários privilégios: sua estátua foi colocada nos templos e ele passou a ser venerado como um deus (Júpiter Julius).
Com tanto poder nas mãos, começou a realizar várias reformas e conquistou enorme apoio popular.
- Acabou com as guerras civis
- Construiu obras publicas
- Reorganizou as finanças
- Obrigou proprietários a empregar homens livres
- Promoveu a fundação de colônias
- Reformou o calendário dando seu nome ao sétimo mês
- Introduziu o ano bissexto
- Estendeu cidadania romana aos habitantes das províncias
- Nomeava os governadores e os fiscalizava para evitar que espoliassem as províncias
Em compensação, os ricos (que se sentiram prejudicados) começaram a conspirar.
No dia 15 de março de 44 a.C., Julio César foi assassinado. Seu sucessor (Otávio), recebeu o título de Augusto, que significava “Escolhido dos Deuses”. O governo de Augusto marcou o início de um longo período de calma e prosperidade.
Principais medidas tomadas por Augusto:
- Profissionalizou o exército
- Criou o correio
- Magistrados e senadores tiveram seus poderes reduzidos
- Criou o conselho do imperador (que se tornou mais importante que o senado)
- Criou novos cargos
- Os cidadãos começaram a ter direitos proporcionais aos seus bens. Surgiu assim três ordens sociais: Senatorial (tinham privilégios políticos), Eqüestre (podiam exercer alguns cargos públicos) e Inferior (não tinham nenhum direito).
- Encorajou a formação de famílias numerosas e a volta da população ao campo
- Mandou punir as mulheres adúlteras
- Estimulou o culto aos deuses tradicionais (Apolo, Vênus, César, etc)
- Combateu a introdução de práticas religiosas estrangeiras
- Passou a sustentar escritores e poetas sem recursos (Virgílio autor de “Eneida”, Tito Lívio, Horácio)
Quando chegou a hora de deixar um sucessor, Augusto nomeou Tibério (um de seus principais colaboradores).
A História Romana vivia o seu melhor período. A cidade de Roma tornou-se o centro de um império que crescia e se estendia pela EuropaÁsia e África.
Após a morte de Augusto, houve quatro dinastias de Imperadores:
Dinastia Julio-Claudiana (14-68): Tibério executou os planos deixados por Augusto. Porém, foi acusado da morte do general Germanicus e teve o povo e o Senado contra ele. Sua morte (78 anos) foi comemorada nas ruas de Roma. Seus sucessores foram Calígula (filho de Germanicus), Cláudio (tio de Calígula) e Nero. Essa dinastia caracterizou-se pelos constantes conflitos entre o Senado e os imperadores.
Dinastia dos Flávios (69-96): neste período, os romanos dominaram a Palestina e houve a dispersão (diáspora) do povo judeu.
Dinastia dos Antoninos (96-192): marcou o apogeu do Império Romano. Dentre os imperadores dessa dinastia, podemos citar: Marco Aurélio (que cultivava os ideais de justiça e bondade) e Cômodo que por ser corrupto, acabou sendo assassinado em uma das conspirações que enfrentou.
Dinastia dos Severos (193-235): várias crises internas e pressões externas exercidas pelos bárbaros (os povos que ficavam além das fronteiras) pronunciaram o fim do Império Romano, a partir do século III da era cristã.
Alguns fatores contribuíram para a crise do império: colapso do sistema escravista, a diminuição da produção e fluxo comercial e a pressão dos povos que habitavam as fronteiras do Império (bárbaros).
A partir do ano 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados (que tinham como principal objetivo combater as invasões).
Com a ascensão de Diocleciano no poder, em 284, o Império foi dividido em dois: Oriente (governado por ele mesmo) e Ocidente (governado por Maximiniano). Cada um deles era ajudado por um imperador subalterno – o César. Diocleciano acreditava que essa estrutura de poder (Tetrarquia) aumentava a eficiência do Estado e facilitava a defesa do território.Diocleciano tomou várias medidas para controlar a inflação.
Seu sucessor (Constantino) governou de 313 até 337.
Constantino legalizou o cristianismo e fundou Constantinopla – para onde transferiu a sede do governo, além de ter abolido o sistema de tetrarquia.
A partir do século IV, uma grave crise econômica deixou o Império enfraquecido e sem condições de proteger suas fronteiras, isso fez com que o território romano fosse ameaçado pelos bárbaros que aos poucos invadiram e dominaram o Império Romano do Ocidente formando vários reinos (VândalosOstrogodosVisigodos, Anglo-Saxões e Francos).
Em 476 (ano que é considerado pelos historiadores um marco divisório entre a Antiguidade e a Idade Média), o Império Romano do Ocidente desintegrou-se restando apenas o Império Romano do Oriente (com a capital situada em Constantinopla é também conhecido como Império Bizantino – por ter sido construído no lugar onde antes existia a colônia grega de Bizâncio), que ainda se manteve até o ano de 1453 quando Constantinopla foi invadida e dominada pelos turcos.
Durante toda a Idade Média, Roma manteve parte da sua antiga importância, mesmo com a população reduzida. Era apenas uma modesta cidade quando foi eleita capital da Itália em 1870.
A civilização romana deixou para a cultura ocidental uma herança riquíssima.
- A legislação adotada hoje em vários países do mundo tem como inspiração o Direito criado pelos romanos
- Várias línguas (inclusive o português) derivaram do latim falado pelos romanos
- Arquitetura
- Literatura

sábado, 1 de abril de 2017

Pedro ou Tiago

O primeiro líder da igreja foi Pedro ou Tiago?

“É correto dizer que Pedro foi o líder da Igreja Primitiva ou essa função foi de Tiago?”
O primeiro líder da igreja foi Pedro ou TiagoPor ocasião da 18ª Jornada Mundial da Juventude, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, o Papa Francisco deu início ao seu discurso de boas vindas com as seguintes palavras: “Quis Deus na sua maravilhosa providência que na primeira viagem internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade” (os itálicos são meus).
O que faz o Papa acreditar de fato no mito de que é o sucessor de Pedro? Essa semana na minha unidade da escola sabatina,enquanto acompanhava a explanação do assunto pelo meu amado irmão Célio esse tema veio à baila. Portanto resolvi postar esse artigo do que não é de minha autoria,mas fiz algumas pesquisas e coloquei alguns pontos de visto próprio, espero que consiga trazer mais luz a esse assunto às vezes controvérsio. Encontramos ao todo na Bíblia pelo menos 10 passagens que indicam ser Tiago e não Pedro a grande liderança Da igreja.
2. Leia 1 Coríntios 15:5-7 e Atos 1:14. O que esses textos nos dizem sobre as mudanças que aconteceram com Tiago?
Jesus apareceu a muitas pessoas após Sua ressurreição, incluindo Pedro e “os Doze” (menos Judas Iscariotes). Depois apareceu a mais de quinhentas pessoas ao mesmo tempo. Tiago, aparentemente, não estava nessa reunião com as mais de
quinhentas pessoas. Jesus apareceu a ele em separado, e essa aparição deve ter sido especial, porque foi mencionada especificamente. A Bíblia não diz o que aconteceu nesse encontro. Porém, isso deve ter causado um grande impacto sobre ele,
porque Tiago se tornou um fiel seguidor de Jesus e um influente líder da igreja.
O que mais sabemos sobre Tiago? At 12:16, 17; 15:13, 14, 19; At 21:17-19; Gl 1:18, 19; 2:9
Tiago se tornou rapidamente líder da igreja em Jerusalém. Após ser resgatado da prisão pelo anjo (em 44 d.C.), Pedro queria que Tiago soubesse o que tinha acontecido com ele (At 12:17). Cinco anos depois, Tiago presidiu o Concílio de Jerusalém
e anunciou sua decisão. Paulo o mencionou primeiro, antes de Pedro e João, em sua lista das “colunas” em Jerusalém (Gl 2:9). Vários anos depois desse acontecimento (58 d.C.), quando Paulo levou para os pobres de Jerusalém a coleta de diversas igrejas, os delegados de cada igreja colocaram as ofertas aos pés de Tiago (leia, de Ellen G. White, Sketches From the Life of Paul [Esboços da Vida de Paulo], p. 208, 209).
Tiago parece ter recebido alta consideração durante muitas décadas após a morte dos apóstolos. Na verdade, havia tantas lendas sobre sua piedade que ele é lembrado como “Tiago, o Justo”. Assim, apesar de ter começado com grande dúvida
sobre Jesus, Tiago acabou sendo um gigante espiritual na igreja primitiva.A crença católica se fundamenta na tradição de que o apóstolo Pedro supostamente teria sido o primeiro líder da Igreja, consequentemente o primeiro Papa. A tradição católica defende que o apóstolo Pedro, logo após o término do seu episcopado em Antioquia, se tornou o primeiro bispo de Roma. Para a doutrina católica, Pedro teria ido a Roma logo após a sua libertação da prisão em Jerusalém (Atos 12) e tempos depois teria voltado para participar nessa mesma cidade do primeiro Concílio da Igreja.
Sem dúvida, essa é a principal excrescência do catolicismo romano. A razão é bastante simples: de acordo com a Bíblia, Tiago e não Pedro foi quem liderou a igreja apostólica nos seus primórdios. De acordo com a Enciclopédia Virtual Wikipedia, “Tiago, o justo, morto em 62 d.C., também conhecido como Tiago de Jerusalém, Tiago Adelfo ou ainda Tiago, o irmão do Senhor, foi uma importante figura nos primeiros anos do cristianismo. Tiago, o Justo, era o líder do movimento cristão em Jerusalém nas décadas seguintes à morte de Jesus”.
Da fato, o livro de Atos dos apóstolos põe em evidência essa liderança de Tiago na Igreja Primitiva: “Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios. E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me: Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas: como está escrito: Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas as coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras. Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue” (Atos 15.12-20).
O próprio Pedro reconhece esse fato quando, logo após a sua libertação da prisão, manda comunicar o fato a Tiago: “Ele, porém, fazendo-lhes sinal com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão e acrescentou: Anunciai isto a Tiago” (Atos 12.17).
Esse posto de proeminência de Tiago na igreja apostólica também é documentado por Josefo, um dos grandes historiadores da igreja e contemporâneo dos cristãos primitivos. Na sua Magnus Opus, a obra História dos Hebreus (publicada no Brasil pela CPAD), Josefo mostra como até mesmo as autoridades viam em Tiago a liderança da igreja apostólica.
Após falar de Anano, um dos líderes da seita dos saduceus, Josefo escreve: “Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não havia chegado, para reunir um conselho diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido à leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos e tinham verdadeiro amor pela observância das nossas leis”.
Ficamos, portanto, com a verdade bíblica e as palavras do ex-sacerdote católico Aníbal Pereira dos Reis: “Pedro nunca foi papa e nem o Papa é Vigário de Cristo”.
Por, José Gonçalves.